17/04/2009 12h00
 

Secretários expõem situação financeira do município em sessão ordinária e vereadores apresentam propostas para reajuste salarial

 

A questão do reajuste salarial dos servidores municipais foi a principal preocupação dos vereadores durante a prestação de contas sobre a situação financeira do município de Sorocaba, realizada por três secretários da administração Vitor Lippi (PSDB), na sessão ordinária de quinta-feira, 16, da Câmara Municipal. Por intermédio de decisão do presidente da Casa, José Francisco Martinez (PSDB), que deferiu a solicitação dos secretários, estiveram expondo dados da Prefeitura na sessão, em nome do prefeito, os secretários Mauricio Biazotto (Governo e Planejamento), Fernando Furukawa (Finanças) e Rodrigo Moreno (Recursos Humanos).

 

Auxiliado por planilhas e gráficos que eram exibidos num telão, o secretário Fernando Furukawa, mostrou que a crise financeira internacional já apresenta efeitos sobre as finanças do município. Segundo ele, a receita de ICMS no primeiro quadrimestre deste ano, mesmo tendo crescido 3,75% em relação ao ano passado, ficou aquém do que estava previsto no orçamento: a previsão era que o município tivesse um repasse de 283,3 milhões de reais, mas o repasse foi de 264 milhões, ou seja, 19 milhões de reais a menos.

 

“Esse panorama não é tão assustador, mas precisamos aguardar o final do primeiro semestre para fazer uma projeção mais realista sobre os desdobramentos da crise”, afirmou o secretário. Segundo Furukawa, se houver um crescimento do PIB da ordem de 2%, como prevê o governo federal, o município de Sorocaba perderá apenas 18 milhões de reais de receita. Mas se o crescimento foi de apenas 0,01%, como prevê o mercado financeiro, então Sorocaba teria uma perda de 70 milhões de reais. É em função desse impacto ainda indefinido da crise, que o prefeito, segundo ele, optou adiar por 90 dias o reajuste salarial dos servidores.

 

De acordo com o secretário de Finanças, nos cinco últimos anos o município teve, percentualmente, em relação à receita corrente líquida, o seguinte gasto com pessoal: em 2004, 39,22%; em 2005, 40,85%; em 2006, 40,39%; em 2007, 40,19%; e em 2008, 40,16%. No orçamento de 2009, está previsto um gasto de 333 milhões de reais com pessoal, que representa 40,24%. “Conseguimos manter o gasto com pessoal muito próximo de 40% em todos esses anos, o que entendemos ser o percentual ideal num município como Sorocaba”, enfatizou o secretário, observando que, apesar do crescimento da receita nos últimos anos, neste ano a receita está crescendo menos do que foi realizado em 2008.

 

Após a explanação de Fernando Furukawa, os vereadores não apenas fizeram perguntas aos secretários como apresentaram propostas para ajudar a solucionar o problema do reajuste salarial. Anselmo Neto (PP) defendeu que seja concedido já o reajuste, ainda que em percentual menor. Irineu Toledo (PRB) propôs que se conceda o reajuste ao menos para as categorias que ganham menos. Geraldo Reis (PV) defendeu a realização de uma audiência pública para discutir a questão. A sessão ordinária foi presenciada por dezenas de líderes sindicais e servidores que lotaram a galeria da casa.