07/05/2009 12h00
 

Vários vereadores questionaram os secretários municipais. Segundo os auxiliares do prefeito, o Programa Sorocaba Total está preservado

 

A Câmara Municipal recebeu a visita de quatro secretários municipais, em sua sessão ordinária de quinta-feira, 7, com o objetivo de apresentar aos vereadores as razões para a antecipação do pagamento de uma dívida da Prefeitura que se arrasta desde 1987. A dívida teve início em junho daquele ano, mediante um contrato celebrado entre a Urbes e a construtora Copacol com o objetivo de realizar serviços de terraplenagem no município. Transferida para o empresário Domingos Orefice, a dívida foi parar na Justiça a partir de 1992 e, por intermédio de recente acordo com o empresário, seu montante atualizado ficou em 23,6 milhões de reais, dos quais a Prefeitura antecipou o pagamento das parcelas até o final do ano, num total de 9,8 milhões, faltando 13,8 milhões de reais.

 

Estiveram na Câmara Municipal os secretários Mauricio Biazotto (Governo), Fernando Furukawa (Finanças), Lauro Mestre (Negócios Jurídicos) e Renato Gianolla (presidente da Urbes). Segundo Maurizio Biazotto, apesar do pagamento da dívida, “o Programa Sorocaba Total está preservado”. Fernando Furukawa, afirmou que o pagamento foi feito com “recursos extra-orçamentários”, decorrentes de créditos judiciais por parte da Prefeitura. Segundo ele, a antecipação do pagamento de parcelas representou economia para o município, já que a correção das parcelas de acordo com o que foi estabelecido na Justiça seria maior do que a correção proporcionada pela aplicação financeira desse recurso. Já o presidente da Urbes, Renato Gianolla, respondendo a indagação do vereador Anselmo Neto (PP), lembrou que a sentença homologatória da Justiça reconhecendo o débito da Prefeitura com o empresário data de 11 de setembro de 1996.

 

O vereador Francisco França (PT) quis saber quanto já foi pago do montante da dívida ao empresário e seu colega de bancada, Izídio Correia, pediu informações sobre a situação da dívida em 2005, quando se iniciou o mandato do atual prefeito. Os secretários se comprometeram a enviar aos vereadores essa informação. Já o presidente da Comissão de Economia da Casa, vereador Hélio Godoy (PSDB), afirmou que sua “grande preocupação é que o orçamento seja preservado” e elogiou a gestão municipal por não “deixar que a dívida se arraste no futuro do município”. O vereador Paulo Mendes (PSDB) também elogiou o prefeito, afirmando que o comparecimento dos vereadores foi uma “prova da transparência da gestão Vitor Lippi desde o primeiro dia de mandato”.

 

Também falaram durante a sessão os vereadores Benedito Oleriano (PMN), Carlos Cezar (PTB), Marinho Marte (PP), Luis Santos (PMN) e Rozendo de Oliveira (PV). Oleriano defendeu o direito do empresário de entrar na Justiça para receber seu crédito junto à Prefeitura. Marinho Marte indagou sobre as razões que levaram as administrações anteriores a deixar que a dívida crescesse. Luis Santos lamentou o que chamou de “herança maldita, com um custo político para o atual prefeito”. E Rozendo de Oliveira observou que “quem perdeu com essa dívida foi o povo de Sorocaba”.