03/02/2011 14h02
 

O professor Marco Garcia (FOTO), em nome do Conselho Regional de Psicologia, utilizou a Tribuna Popular da Câmara no início da sessão desta quinta-feira, 3, para pedir o apoio da Câmara na investigação do número elevado de mortes nas unidades manicomiais de Sorocaba e região apontados por estudo do Flamas (Fórum de Luta Antimanicomial de Sorocaba).

 

Coordenador da pesquisa, Garcia, apresentou alguns números da pesquisa como uma morte a cada três dias nos hospitais da região e uma em cada cinco dias e meio em Sorocaba, além da idade média dos pacientes mortos – 49 anos. Segundo o professor, chama a atenção dos psicólogos a causa das mortes, muitas por motivos evitáveis.

 

Os vereadores se dispuseram a discutir o problema. Izídio de Brito Correia (PT) lembrou que a primeira audiência do seu mandato, repetida em 2010, foi para debater o tema. O vereador sugeriu a abertura de uma comissão para aprofundar a discussão, levando em consideração os dados da pesquisa. 

 

O professor falou também sobre a lei da reforma psiquiátrica, que propõe a transferência dos leitos para os hospitais gerais ou Caps (Centros de Atenção Psicossocial). “No manicômio o paciente é estigmatizado; o hospital segreda e ajuda a aumentar o preconceito”, disse. 

 

José Crespo (DEM) afirmou que o assunto é complexo destacando a falta de recursos públicos e o preço alto do tratamento. “As famílias não têm condições de ficarem com essas pessoas em casa. Não é só fechando vagas que vamos resolver o problema, é preciso investimento do Governo”, disse.

 

O presidente Marinho Marte colocou o Legislativo a disposição do conselho de psicologia e afirmou que o instrumento legal da Câmara é a abertura de uma Comissão Especial para apurar as denúncias. Os vereadores Carlos Cezar (PSC) e Luis Santos (PMN) também se pronunciaram.