19/06/2020 16h46
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Antonio Domingues Farto Neto foi o entrevistado desta sexta-feira da série de programas sobre o trabalho infantil

O promotor de Justiça da Vara da Infância e da Juventude Antonio Domingues Farto Neto falou na manhã desta sexta-feira, 19, em entrevista ao programa Câmara Debate, sobre o tema da exploração do trabalho infantil. 

Farto Neto começou discorrendo sobre as responsabilidades e áreas de atuação dos promotores públicos na proteção dos interesses da sociedade, e especificamente em relação a crianças e adolescentes. 

O convidado enfatizou a importância da máxima atenção dos pais quando chega a fase da transição de seus filhos da infância para a juventude. “Temos situação dos hormônios, da formação da personalidade adulta, e nesse momento está concluindo os estudos e pretende ingressar no mercado de trabalho. A legislação tenta proteger o adolescente para que ele ingresse no mercado de uma maneira positiva, com trabalho que não seja perigoso, violento ou degradante”, explicou.

O promotor salientou a necessidade de oferecer empregos dignificantes para os jovens e para isso defendeu a flexibilização trabalhista. “O jovem a partir de uma certa idade quer trabalhar. Precisa haver redefinição dos formatos de trabalho. O trabalho formal não pode ter excesso de formalidade que dificulte a abertura de vagas, tem que ser simples para quem vai disponibilizar a vaga de emprego e para quem vai trabalhar”.

Farto Neto destacou a importância da escola em tempo integral, mas reconheceu que a possibilidade de oferecer esse tipo de educação para todos ainda é remota. “Não existindo [escola em tempo integral], acabamos tendo dificuldade da família acompanhar essas crianças em um contraturno de estudos e essas crianças acabam indo para as ruas, onde hoje temos uma série de situações degradantes que os atingem, como o uso e tráfico de drogas”, pontuou.

Por fim, o entrevistado falou sobre o trabalho realizado na Fundação Casa, de resgate social de jovens infratores. “Temos um trabalho de disponibilização de emprego para os jovens da Fundação Casa e já tivemos internados fazendo treinamento que foram acolhidos em empregos públicos, um deles inclusive foi para a Advocacia Geral da União. Precisamos acreditar que muitos jovens que se envolveram com ato infracional têm recuperação e vão se tornar cidadãos de bem”.

A entrevista com o promotor Antonio Farto Neto está disponível no canal do YouTube da Câmara Municipal, através do link https://youtu.be/4pwsPrdUtL0.