03/07/2020 10h16
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Fábio Camargo e Davi Dutra enfatizam que o órgão está na linha de frente do combate à pandemia

O coordenador geral de Proteção e Defesa Civil, Fábio Gomes Camargo, e o agente da Defesa Civil, Davi de Oliveira Dutra, concederam entrevista à Rádio Câmara na tarde de quinta-feira, 2, quando falaram sobre o trabalho desenvolvido pelo órgão. A Defesa Civil, conforme conta seu coordenador em Sorocaba, surgiu com a Segunda Guerra Mundial, na Europa, quando apenas os exércitos regulares se tornaram insuficientes para enterrar os mortos e cuidar dos feridos, requerendo ajuda da população. 

No Brasil, após uma experiência pontual da Marinha também na época da Segunda Guerra, a Defesa Civil começou a surgir em meados da década de 60 devido aos grandes alagamentos que ocorreram em cidades como Rio de Janeiro e Caraguatatuba. “Em Sorocaba, a Defesa Civil foi instituída em 1977, através de decreto, pelo então prefeito Theodoro Mendes”, conta Fábio Camargo. Segundo ele, a Defesa Civil continua sendo regida por esse decreto, mas o Executivo deverá propor, através de lei, sua atualização com o marco legal federal, a Lei 12.608, de 10 de abril de 2012, que instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil.

Fábio Camargo observa que no artigo 8º da Lei Federal 12.608 estão elencadas todas as atribuições da Defesa Civil no âmbito dos municípios, começando pela execução, no âmbito local, da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, que prevê uma série de ações, como a identificação, mapeamento e fiscalização das áreas de risco de desastres; organização e administração de abrigos provisórios para a população em situação de desastre; e a mobilização e capacitação dos radioamadores para atuar na ocorrência de desastre, entre outras ações.

Em face dessa ampla gama de atribuições da Defesa Civil, o agente Davi Dutra discorreu sobre as ações mais frequentemente demandadas, especialmente no período de chuva, mas também fora desses períodos. O agente enfatizou que a Defesa Civil não se limita a atender ocorrências de desastres, atuando também preventivamente ao longo do ano, inclusive acionando outras instituições, quando necessário. Disse também que o trabalho da Defesa Civil também se estende ao trabalho de recuperação de áreas atingidas por desastres.

Planos preventivos – Os agentes explicaram a forma de atuação preventiva da Defesa Civil. “Temos planos preventivos para o período de chuvas e para o período de estiagem. Fora disso, trabalhamos também com planos de contingência para um caso em que o município venha a ser atingido por um desastre de grandes proporções”, explica Davi Dutra. 

O agente afirmou que a Defesa Civil também oferece orientações e capacitação para a população. Os agentes destacaram os números de contato com a Defesa Civil: telefones 199 ou através do telefone 156, bem como por meio da ouvidoria do Município de Sorocaba. As pessoas interessadas também podem fazer um cadastro para receber orientações via SMS através do número 40199. “Em Sorocaba mantemos um grupo de WhatsApp ativo, com voluntários das 88 áreas de risco do município”, conta Dutra. 

O coordenador geral explicou em que consiste o Plano Verão, implantado pela Defesa Civil do Estado de São Paulo, que é seguido por todos os municípios, tendo início em 1º de dezembro e seguindo até 30 de março, abarcando os meses com maior índices pluviométricos. “Em Sorocaba temos sete pluviômetros automáticos em vários pontos da cidade, através dos quais fazemos a leitura diária dos índices de chuva, com base em quatro níveis: estado de observação, estado de atenção, estado de alerta e estado de alerta máximo”, explica, lembrando que, a partir desse monitoramento, a Defesa Civil começa a visitar os locais de risco para tomar as devidas providências mitigadoras.

Segundo Fábio Camargo, em Sorocaba tem ocorrido menos desastres nos últimos 20 anos, no seu entender, porque os governos municipais atuaram na área de habitação de interesse social, possibilitando que quase 6 mil moradias, nesse período, fossem ocupadas por famílias que habitavam áreas de risco e eram vítimas de alagamentos. O coordenador também destacou o trabalho de planejamento da Defesa Civil, que trabalha em coordenação com outras áreas da Prefeitura e outros órgãos, como o Corpo de Bombeiros. O coordenador disse que a Defesa Civil tem uma estrutura enxuta, com 12 funcionários, mas desenvolve um trabalho coordenado, inclusive em situações de crise, quando há necessidade de centralizar e coordenar as decisões.

Estiagem e pandemia – Os integrantes da Defesa Civil também discorreram sobre o Plano Estiagem, desenvolvido no período mais seco, em que aumentam os problemas respiratórios. Davi Dutra observou que, neste ano, devido à pandemia de coronavírus, esses problemas tendem a aumentar, enquanto Fábio Camargo destacou que a Defesa Civil atua na linha de frente do combate à pandemia de coronavírus, seguindo as orientações das autoridades sanitárias. 

Além disso, os agentes enfatizaram a importância de se evitar queimadas e recomendaram cuidados com a alimentação, através da ingestão de frutas e muita água, bem como hábitos de higiene e medidas de umidificação do ar, sobretudo levando em conta que muitas pessoas estão de quarentena, trabalhando em casa. Os agentes disserem que, neste ano, em que pese as festas juninas, não chegou até a Defesa Civil nenhuma ocorrência de balão, que, segundo eles, tem-se reduzido nos últimos anos.