11/11/2020 11h14
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Sessões voltaram a ser realizadas no plenário, mas os vereadores que integram o grupo de risco participaram dos trabalhos virtualmente. Entre as propostas da pauta, parlamentares aprovaram regras para a utilização de contêineres com fins residenciais e comerciais

A Câmara Municipal de Sorocaba realizou na manhã desta quarta-feira, 11, a primeira sessão mista de sua história. Com o retorno das sessões presenciais, vereadores que integram o grupo de risco puderam participar dos trabalhos da 34ª Sessão Ordinária virtualmente. Entre as propostas da pauta, os vereadores aprovaram em primeira discussão, o Projeto de Lei nº 21/2020, que estabelece regras específicas para a utilização de contêineres com fins residenciais e comerciais. 

De acordo com o projeto, a autorização para utilização de contêineres como edificação residencial ou comercial, transitória ou não, será permitida nas seguintes condições: quando o contêiner comprovadamente não tiver sido utilizado para transporte de material tóxico; possuir área de ventilação natural, efetiva, de no mínimo 15% da área do piso, composta por, no mínimo, duas aberturas adequadamente dispostas para permitir eficaz ventilação interna e garantir condições de conforto térmico.

Com parecer favorável da Comissão de Justiça, o projeto também estabelece que o contêiner deverá atender as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e precisará contar com pé direito mínimo de 2,40 metros; proteção contra riscos de choque elétrico por contatos indiretos, além do aterramento elétrico; e aberturas com eventuais arestas protegidas. Prevê, ainda, que não poderão ser desenvolvidas atividades nos contêineres que envolvam o manuseio de qualquer material com potencial infectante, bem como a utilização de aparelhos que emitam radiação ionizante e não ionizante, campo magnético e de radiofrequência ou que gerem resíduos tais como o chamado lixo infectante.

O autor lembrou que a proposta já foi aprovada pela Casa e transformada em lei, mas devido a uma ADIM do Executivo, houve a necessidade de nova aprovação após o cumprimento de exigências legais.

Rejeitados – Duas propostas da pauta em segunda discussão foram novamente rejeitadas pelos vereadores, começando pelo Projeto de Lei nº 20/2020, do Executivo, alterando a Lei 4.412/1993, que dispõe sobre fiscalização sanitária. Na justificativa do projeto, o Executivo observou que, com base na Constituição de 88, a partir de 1995, teve início a municipalização da saúde, processo que se completou no final de 2015, quando Sorocaba assumiu a gestão plena das ações de Vigilância Sanitária. Com isso, surgiu a necessidade de adequar a Lei 4.412 ao Código Sanitário Estadual (Lei Estadual 10.083/98), bem como atualizar o procedimento administrativo de fiscalização.

O projeto de lei rejeitado pretendia alterar a redação dos artigos 3º, 4º, 5º, 10, 11, 14, 17, 18 e 19 da Lei 4.412, além de revogar o artigo 7º e criar os artigos 4-A, 19-A, 19-B e 19-C, todos da referida lei. As modificações tratavam dos procedimentos a serem adotados no caso de infrações sanitárias, explicitando, entre outras questões, o modo como deverá se lavrado o auto de infração. Também estabelecia as atribuições das autoridades responsáveis pela fiscalização. O projeto recebeu parecer favorável da Comissão de Justiça, que apresentou a Emenda nº 1, meramente formal, com o objetivo de adequar dispositivo do projeto à melhor técnica legislativa, mas, os parlamentares se posicionaram contrariamente à mudança.

Defesa do consumidor – Também foi rejeitado em primeira e segunda discussão o Projeto de Lei nº 34/2020, do Executivo, que torna obrigatória a manutenção de exemplar do Código de Defesa do Consumidor nos estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços do Município de Sorocaba. O projeto pretendia modificar o artigo 2º da Lei 8.102, de 5 de março de 2007, alterando as penalidades previstas para quem descumprir a norma, com o objetivo de adequá-las ao próprio Código de Defesa do Consumidor. 

Na justificativa da proposta, o Executivo afirmou que se faz necessário adequar a gravidade das sanções ao ato infracional previsto na lei, uma vez que o Código de Defesa do Consumidor “restringe a aplicação das penas de suspensão temporária da atividade e de cassação de licença do estabelecimento somente para as infrações de maior gravidade”. Com isso, o projeto previa advertência, aplicada após a primeira infração, e multa, em caso de descumprimento, que passaria dos atuais R$ 200,00 para R$ 500,00, a ser duplicada sucessivamente em caso de reincidência. Também revogava a possibilidade de suspensão temporária de atividade e cassação da licença do estabelecimento. 

Com parecer favorável da Comissão de Justiça, o projeto recebeu a Emenda nº 1, com o objetivo de manter a multa no valor atual de R$ 200,00, a ser duplicada sucessivamente em caso de reincidência. A emenda foi justificada com o argumento de que o aumento da multa iria penalizar, sobremaneira, os comerciantes, especialmente no período de pandemia. A Comissão de Justiça exarou parecer favorável à emenda, apresentando-lhe uma subemenda, que estabelece um fator de correção para a multa (no caso, o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que não havia sido previsto. Porém, mesmo com a emenda, os parlamentares foram contrários à alteração e rejeitaram a proposta. 

Homenagens – Foi aprovado em votação única o Projeto de Decreto Legislativo nº 47/2020, que concede Título de Cidadão Sorocabano a Ítalo Roberto Gallo Ingrao. Em seguida, foram aprovados em discussão única, nove projetos que denominam logradouros públicos, começando pelo Projeto de Lei nº 52/2020, que denomina Abílio Araújo da Costa a Rua “F” no Jardim Zacarias, seguido do Projeto de Lei nº 90/2020, que confere o nome de Celso Brasil a uma travessa da Rua Pedro José Bicudo, no Jardim Nilton Torres.

Também foram aprovados: Projeto de Lei nº 95/2020, que denomina Fábio Américo Leme dos Santos a Estação Itavuvu do BRT, em frente ao Shopping Cidade de Sorocaba, no Jardim Santa Cecília; Projeto de Lei nº 96/2020, que denomina de Raquel Jacob a uma travessa do Alto da Boa Vista; e Projeto de Lei nº 101/2020, que denomina Sargento Antônio Carlos Arruda a uma via pública da Vila Sabiá.

Por fim, os vereadores aprovaram: Projeto de Lei nº 133/2020, que denomina Luiz Januário uma via pública da Vila Zacarias; Projeto de Lei nº 142/2020, que denomina Maurício Caruso uma praça pública do Jardim Hungarês; Projeto de Lei nº 145/2020, que denomina Orzila Maria Duarte uma ponte no Bairro Iporanga I; e Projeto de Lei nº 161/2020, que denomina Conceição Imaculada Rodrigues uma via pública no Jardim Villagio Ipanema.

Parecer Derrubado – Fechando a ordem do dia, foi derrubado pelos vereadores, a pedido do autor, o parecer jurídico contrário ao Projeto de Lei nº 128/2020, que altera dispositivos da Lei 8.094, de 15 de fevereiro de 2007. Com a rejeição do parecer, segue em tramitação o projeto, estabelecendo que, em caso de calamidade pública decorrente de situação emergencial de saúde pública, o servidor poderá optar pelo recebimento de sua licença-prêmio em pecúnia caso exerça suas funções em estabelecimento da rede municipal de saúde em que esteja mais suscetível de ser contaminado. 

Para tanto, bastará apresentar certidão emitida por órgão da Prefeitura atestando que, de fato, trabalha em local suscetível de contaminação. Considerado inconstitucional pela Comissão de Justiça, o projeto foi encaminhado para a manifestação do Executivo, que, após consulta a setores técnicos, manifestou-se contrário à sua aprovação.