22/07/2021 11h10
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A médica oncologista Gabriela Filgueiras Sales concedeu entrevista ao programa “Câmara Convida”, da TV Câmara

Gabriela Filgueiras, médica oncologistaDe acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os tumores de lábios, cavidade oral, faringe, laringe, cavidade nasal e tireoide, que são agrupados como cânceres de cabeça e pescoço, representam a segunda maior incidência de câncer em homens brasileiros, atingindo cerca de 40 mil novos casos a cada ano no país. Em razão disso, a data de 27 de julho foi instituída como o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço e todo o mês de julho, intitulado “Julho Verde”, foi dedicado à prevenção e combate à doença pelas instituições medidas e cientificas da área.

Como parte das atividades do “Julho Verde”, o programa Câmara Convida, da TV Câmara, comandado por Carina Rocco, entrevistou, na terça-feira, 20, a médica oncologista Gabriela Filgueiras Sales, formada em Medicina na Faculdade de Medicina de Alfenas, com residência médica em oncologia na PUC de Sorocaba, além de pós-graduação em cuidados paliativos no Hospital Sírio-Libanês. A médica, que atua no Instituto de Oncologia de Sorocaba e no Conjunto Hospitalar, explicou a importância de buscar o tratamento precoce.

Sintomas iniciais – Segundo a médica, os sintomas iniciais do câncer de cabeça e pescoço costumam ser comuns, como rouquidão prolongada, gripe persistente, feridas na boca e inflamação na garganta que dure mais de quinze dias sem apresentar melhoras. Nesse caso, a pessoa deve procurar um médico, que pode ser um clínico geral ou um otorrinolaringologista, para que sejam feitos os exames necessários e, caso o câncer se confirme, o tratamento possa ser feito da forma mais precoce possível.

A médica explicou que esse tipo de câncer é mais comum nos homens, mas também tem crescido entre as mulheres, devido ao fato de que as mulheres passaram a fumar e beber mais. Gabriela Filgueiras observou que há casos de pessoas que não fumam, mas desenvolvem esse tipo de câncer, mas ressaltou que cerca de 95% dos casos ocorrem entre tabagistas. Além do tabagismo, o etilismo (uso de álcool) também contribui para a doença, assim com o vírus HPV, que pode ser adquirido através do sexo oral sem proteção. “Temos uma vacina contra o HPV, em duas doses, que é muito importante, pois a incidência do câncer de colo de útero diminuiu muito depois da vacinação das meninas”, afirma, acrescentando que os meninos devem ser vacinados contra o HPV de 11 a 14 anos e as meninas, de 9 a 14 anos.

Formas de prevenção – Gabriela Filgueiras forneceu orientações sobre as formas de prevenção do câncer. Segundo ela, quem fuma, deveria ir ao dentista, obrigatoriamente, a cada seis meses, uma vez que o dentista consegue identificar possíveis lesões relacionadas ao câncer e poderá pedir exames. Mas todas as pessoas, segundo ela, devem ir ao dentista pelo menos uma vez ao ano. Também alertou que a bebida alcoólica, especialmente associada ao cigarro, deve ser evitada em excesso. A médica recomendou, ainda, uma alimentação saudável, enriquecida por frutas e legumes e evitando o excesso de alimentos processados, que devem ser consumidos de vez em quando, não como hábito diário. Recomendou, ainda, atividade física regular, em torno de 150 minutos por semana.

Por fim, Gabriela Filgueiras afirmou que, com a pandemia de coronavírus, todos os avanços que vinham sendo obtidos na prevenção e combate ao câncer acabaram sendo prejudicados, pois muitas pessoas deixaram de buscar atendimento médico e houve a paralisação dos mutirões de consultas e exames que eram realizados para diagnosticar câncer de cabeça e pescoço e outras formas de câncer. Mas a oncologista ressaltou que as pessoas não devem ter medo de procurar atendimento médico pois os profissionais de saúde já se adaptaram à pandemia e estão muito mais preparados do que no ano passado para atender em meio à pandemia. A entrevista da médica oncologista Gabriela Filgueiras Sales está disponível no portal da Câmara de Sorocaba e nas redes socais da Casa.