02/12/2021 14h13
atualizado em: 02/12/2021 14h32
Facebook

A funcionária Márcia de Jesus falou em nome dos funcionários da Abrades, que estão sem receber salários

Funcionários da empresa Abrades (Associação Brasileira de Educação e Saúde), que foi responsável pela gestão do Centro de Estabilização da Covid-19 no Pronto-Atendimento do São Guilherme, estiveram na Câmara Municipal de Sorocaba, durante a sessão ordinária desta quinta-feira, 2, para reivindicar o pagamento dos salários que estão sem receber. Com anuência do plenário, a funcionária Márcia de Jesus usou a tribuna para falar em nome dos funcionários da empresa.

Segundo ela, a Prefeitura recebeu os funcionários da empresa por várias vezes, a última das quais na segunda-feira última, quando lhes foi dito que, por meio de uma medida cautelar, os funcionários seriam pagos pela própria Prefeitura em lugar da Abrades. “Mas isso não foi feito”, afirmou, cobrando a concretização do pagamento dos salários atrasados.

A funcionária relatou as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores: “Temos famílias sendo despejadas, por falta de dinheiro para pagar aluguel. E temos cinco grávidas. Foram seis meses trabalhando e expondo nossas vidas e a vida dos nossos familiares. Nosso psicológico está muito abalado. Salvamos muitas vidas, mas vimos muitas mortes. Faríamos de novos, porque somos profissionais da saúde, mas precisamos dos nossos salários”, afirmou, pedindo o apoio dos vereadores.

O vereador João Donizeti Silvestre (PSDB), líder do governo na Casa, solidarizou-se com os funcionários, lembrando a importância que tiveram no combate à doença, muitos com o sacrifício da própria vida, e se comprometeu a tratar do caso, juntamente com os demais vereadores, como Rodrigo do Treviso (PSL). Para o vereador, o prefeito Rodrigo Manga é sensível à causa, como foi com o caso das merendeiras, que passaram por situação semelhante.

A vereadora Fernanda Garcia (PSOL) criticou a terceirização dos serviços públicos de saúde, citando outros casos de funcionários de empresas terceirizadas que ficaram sem receber salários e criticou o Executivo por continuar fazendo convênio com essas empresas, a despeito dos problemas trabalhistas que elas geram.

O vereador Péricles Régis (MDB), a quem a funcionária pediu desculpas por tê-lo criticado nas redes sociais quando o vereador quis abrir uma CPI para apurar indícios de irregularidades no contrato da Prefeitura com a Abrades, também manifestou seu apoio aos funcionários que estão sem receber. “Os funcionários não têm do que se desculpar. E podem contar com o nosso total apoio”, afirmou o vereador, que, na época, encaminhou ao Ministério Públicos seus questionamentos sobre o referido contrato.