Novembro Azul é tema de debate no programa Câmara Saúde

A edição desta segunda-feira, 7, do programa Câmara Saúde, na Rádio Câmara Sorocaba, teve como tema o Novembro Azul, mês de prevenção e combate ao câncer de próstata. Participaram do debate sobre o assunto o vereador Fábio Simoa (Republicanos) e o urologista da Policlínica Municipal, Daniel Epidio, com apresentação do jornalista Carlos Garbo.

Abrindo o programa, o vereador Fábio Simoa, que é presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Sorocaba, destacou a importância de discutir a saúde do homem, em especial o combate ao câncer de próstata, e contou que tem diversos requerimentos solicitando informações sobre o tema a serem encaminhados em breve para o Executivo, tratando especialmente de campanhas de incentivo à prevenção. “Temos que colocar a mão na consciência e cuidar da nossa saúde”, afirmou o parlamentar. “Dentro das famílias e no meio dos homens o assunto do exame é motivo de chacota, mas estamos mudando e com a consciência dos mais jovens, isso com certeza vai melhorar”.

O urologista Dr. Daniel Elpidio falou sobre a origem do movimento Novembro Azul, ocorrida na Austrália, em 2003, sua expansão primeiramente pela Europa e em seguida para todo o mundo, inclusive ao Brasil. “Até então não havia na saúde básica o foco nas questões do homem. Era tabu falar em câncer e muito mais em câncer de próstata. O homem não quer se sentir frágil, mas a vida tem limites e temos que vencê-los”, argumentou. 

O convidado enfatizou a importância de homens com histórico de câncer de próstata na família, realizarem o exame periódico, anualmente, a partir dos 40 anos. Não havendo caso na família, segundo o urologista, a prevenção deve começar a partir dos 45 anos. Segundo ele, o diagnóstico precoce é muito importante pois pessoas com alterações iniciais alcançam a cura da doença em 90% dos casos, sendo que as principais dessas alterações iniciais se referem ao comportamento do jato urinário.

Fatores de risco – Daniel Elpidio contou que Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Associação Americana de Combate ao Câncer, que são referência no assunto, preveem que até o ano de 2040 haverá aumento de 80% em casos de câncer de próstata no mundo inteiro. “Isso porque a idade é um dos principais fatores de risco e, com o envelhecimento da população, há o consequente aumento na incidência da doença”, explicou.

Por outro lado, o urologista afirmou que quanto mais idoso o homem a desenvolver o câncer de próstata, mais lenta é a evolução da doença. “Se todos vivermos até 100 anos de idade, todos teremos câncer de próstata, mas na forma de uma doença inativa, que não nos criará problema. Quanto mais jovem aparece, mais rápida é a multiplicação das células e tem que aplicar todas as forças no combate”.

Elpidio destacou também a influência da questão racial na incidência do câncer de próstata. “Nos negros os tumores têm tendência de começar mais cedo e serem muito mais agressivo. Por isso o chamamento dessas pessoas é tão importante e devemos lembrar que somos um povo miscigenado, por isso todos precisamos comparecer mais cedo ao urologista”.

Outro fator de risco apontado pelo médico é a alimentação, tendo impactos negativos os enlatados, embutidos, defumados, fast food, consumo excessivo de carne vermelha e uso abusivo de álcool. 

Por fim, o urologista relatou que diante da pandemia do coronavírus mais de um milhão de cirurgias eletivas de câncer de próstata foram canceladas ou adiadas em todo o Brasil e houve 33% menos consultas para câncer de cirurgia. “O que deixou de ser operado, poderá ser combatido com complicações maiores nos próximos três anos a cinco anos, necessitando de quimioterapia, radioterapia. É uma epidemia silenciosa que teremos que tratar”, afirmou Daniel Elpidio.

O programa Câmara Saúde está disponível na grade programação da TV Câmara, nos canais 4 da Net, 9 da Vivo e 31.3 em sinal digital, e também nas redes sociais do Legislativo (YouTube e Facebook).