29/11/2022 09h27
atualizado em: 29/11/2022 09h40
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A vereadora também discorreu sobre o orçamento municipal para o próximo ano e defendeu mais recursos para a cultura

O combate à violência contra a mulher, inclusive as leis que conseguiu aprovar no Congresso Nacional com esse objetivo, e o orçamento municipal para 2023, foram questões abordadas pela vereadora Iara Bernardi (PT) em entrevista ao “Jornal da Câmara” da Rádio Câmara, na manhã desta terça-feira, 29, antes da sessão ordinária da Casa. No programa conduzido por Priscilla Radighieri e Amanda Mendes, a vereadora também defendeu a criação do Ministério da Mulher no futuro governo Lula.

Para Iara Bernardi, o tema da violência contra a mulher sempre retorna, uma vez que persiste na sociedade e, no seu entender, nos últimos quatro anos do atual governo Bolsonaro, essa violência recrudesceu ainda mais, em virtude, segundo enfatiza, da política armamentista do Governo Federal. A parlamentar citou alguns exemplos de feminicídios e agressões contra as mulheres que ocorreram recentemente em Sorocaba.

Ação legislativa – Como deputada federal, Iara Bernardi foi autora de leis e ações voltadas para combater a violência contra a mulher e citou com o exemplo a legislação contra o assédio sexual, de sua autoria, cobrando das empresas que apliquem a legislação por meio da adoção de regras de condutas no ambiente de trabalho para combater o assédio.

Iara Bernardi lembrou que uma de suas lutas no Congresso Nacional foi voltada para retirar do Código Penal expressões antigas e desabonadoras em relação à mulher, como “mulher honesta”, que fazia parte do arcabouço legal do país até o início deste século. A vereadora também enfatizou que a mulher negra é ainda mais discriminada e está entre as que sofrem mais violência, de variadas formas, desde um olhar num restaurante até obstáculos para ascender na carreira profissional.

Outra preocupação da vereadora é com o crescimento dos casos de estupros no país. Iara Bernardi ressaltou a necessidade de políticas públicas para atender a mulher vítima de violência sexual, previstas nas leis que criou como vereadora em Sorocaba, como a Casa-Abrigo, e, como deputada federal, a exemplo da Lei do “Minuto Seguinte”, que garante às mulheres medidas para evitar gravidez após estupro, e a lei de proteção aos homossexuais.

Orçamento municipal – O orçamento para 2023 também foi outro tema da entrevista da vereadora. Iara Bernardi observou que uma das questões que chamou sua atenção foi o crescente apelo das entidades assistenciais por recursos para manter suas atividades. Outra questão observada pela vereadora é o pedido das próprias secretarias municipais para que os vereadores destinem a elas recursos via emendas no orçamento, o que, no seu entender, revela falhas da própria gestão municipal.

“O orçamento da Cultura vem diminuindo gradativamente”, lamentou Iara Bernardi, enfatizando que a cultura – “além de ser a alma de um povo” – é também uma grande fonte de geração de empregos, uma vez que as atividades culturais envolvem, além dos próprios artistas, vários outros profissionais. “Os três menores orçamentos são cultura, esporte e cidadania”, destacou, lembrando que fez uma emenda para a cultura.

Ministério da Mulher – A vereadora disse que, no plano federal, no futuro governo Lula, um dos objetivos é conquistar um ministério para as mulheres, o que, no seu entender não configura uma proteção especial para as mulheres, mas uma necessidade da própria sociedade, que é constituída majoritariamente por mulheres. No seu entender, a luta das mulheres interessa a toda a sociedade, pois envolve os demais segmentos, como crianças, famílias etc. 

A entrevista de Iara Bernardi, transmitida ao vivo pela Rádio Câmara, no “Jornal da Câmara”, já está disponível, na íntegra, nas redes sociais do Legislativo sorocabano, dentro da edição do programa desta terça-feira.