26/05/2023 17h12
atualizado em: 26/05/2023 17h18
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Programa da TV Câmara recebeu o geógrafo e filósofo para falar sobre o pensamento latino-americano.

O programa “Roda Filosófica”, exibido pela TV Câmara Sorocaba e produzido pela Escola do Legislativo em parceria com o curso de Filosofia da Universidade de Sorocaba (Uniso), recebeu, na edição desta sexta-feira, 26, o professor, geógrafo e filósofo Paulo Celso da Silva para falar sobre o desenvolvimento do pensamento latino-americano. A entrevista foi conduzida pelo jornalista Anderson Santos, com a participação do professor de filosofia Vidal Mota Junior.

Formado em geografia e filosofia, com mestrado e doutorado em geografia humana pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado na Universidade de Barcelona, o professor Paulo Celso da Silva atua no mestrado e doutorado em Comunicação da Universidade de Sorocaba e contou sobre sua trajetória acadêmica até os dias atuais.

Ele falou sobre que após a formação em geografia sentiu a necessidade de cursas filosofia para “entender a geografia”. Entrou como professor da Uniso em 1995 para trabalhar com a matéria de “Realidade brasileira”, que envolvia geografia, sociologia, antropologia, história e filosofia. “A filosofia entra na carreira primeiro como auxiliar da geografia, depois como área de atuação na formação de novos professores”, diz. Dentro da filosofia, um dos temas que o interessou foi a filosofia latino-americana, que atualmente tem se debruçado na academia.

Questionado sobre pensadores brasileiros de destaque, Paulo Celso explicou que a filosofia não é divagação e sim a reflexão e que, nesse sentido, o Brasil tem como exemplo os estudantes que pensam em mudar a base da sociedade. “Temos grandes pensadores na América Latina, mas aqui no Brasil não temos o reconhecimento do papel do filósofo”, explicou. Segundo ele, os bacharéis em filosofia hoje atuam nas empresas, para “pensar para o capital”.

Paulo Celso falou sobre a evolução da filosofia latina e a possibilidade de unir as particularidades de cada país e o pensamento comum na América Latina. Ele também lembrou da influência dos povos originários americanos no pensamento da sociedade atual. “Quando o português chega aqui, ele chega com um conhecimento que vai confrontar com o dos povos que já estavam aqui. Os espanhóis, por exemplo, encontraram uma civilização que estava bem a frente deles, em ciência, em astronomia”, disse.

O professor abordou ainda a questão do racismo sofrido pelos negros e latinos na Europa, por conta do passado colonizador, e a falta de valorização da cultura indígena no Brasil. Ao final, Paulo Celso lembrou da necessidade de um pensamento para o futuro, que pense na crise ambiental, social e de identidade que afeta toda a sociedade.