27/01/2011 17h15
 

Geraldo Reis (PV) sustenta que os próprios especialistas em segurança pública criticam o convênio, por considerá-lo um paliativo

 

O vereador Geraldo Reis (PV), por meio de ofício, está questionando o Executivo sobre um possível convênio com a Polícia Militar para que os policiais trabalhem para a Prefeitura em seu período de folga. O vereador foi procurado por diversos guardas municipais, que são contrários ao convênio, uma vez que, segundo eles, a Prefeitura irá pagar para o policial militar quase o dobro do que paga para um guarda municipal.

 

Geraldo Reis observa que o salário de um policial militar no Estado é, no mínimo, R$ 2.500, enquanto os guardas municipais recebem R$ 1.386 — uma diferença de R$ 1.114, mesmo prestando um serviço similar. “Se o convênio for realizado, o valor de repasse para os policias militares será de R$ 16,45 a hora trabalhada, enquanto o guarda municipal, de acordo com sua remuneração básica, recebe R$ 6,93 a hora trabalhada”, explica o vereador.

 

Essa diferença salarial, segundo o vereador, faz com que os guardas municipais se sintam injustiçados e sejam contra a realização do convênio. “Por isso, estou conversando com o prefeito Vitor Lippi para que ele reconsidere essa proposta de fazer convênio com a PM”, adianta Geraldo Reis, que, desde o início do seu mandato, vem defendendo a reestruturação da carreira dos guardas municipais, com o objetivo de valorizar a fortalecer a corporação.

 

“Bico oficial” — Geraldo Reis afirma que a realização do convênio entre a Prefeitura e a Polícia Militar é condenada até pelos especialistas em segurança pública, que consideram a medida um paliativo para melhorar os salários da PM sem precisar dar reajuste para a corporação. “Como o governo do Estado não consegue impedir o trabalho extra dos policiais em horário de folga, o chamado ‘bico’, em que eles atuam como guardas particulares, a solução que encontrou foi oficializar esse ‘bico’, fazendo convênio com as prefeituras”, argumenta Reis.

 

Para o vereador, medidas do gênero tendem a atrapalhar a luta dos profissionais da segurança pública pela racionalização do setor, o que exige, segundo ele, planejamento e integração entre todas as forças policiais, desde a União até os municípios, passando pelos Estados. Geraldo Reis é taxativo: “Nesse modelo planejado e racional de segurança pública, proposto inclusive pelo Pronasci, as guardas municipais têm um papel crucial. Mas uma medida como essa joga uma corporação contra a outra e quem fica prejudicada é a própria população”.