15/04/2011 15h52
 

De autoria do vereador Rozendo de Oliveira (PV), a proposta também prevê câmeras de monitoramento e vale para todos os estabelecimentos de ensino

 

Todas as escolas situadas no município de Sorocaba – municipais, estaduais, particulares, cursos profissionalizantes, preparatórios, faculdades e universidades – poderão ser obrigadas a instalar na portaria ou na entrada principal um detector de metais e uma câmara de vídeo para monitoramento. É o que prevê projeto de lei de autoria do vereador Rozendo de Oliveira (PV), apresentado na Câmara Municipal.

 

“Hoje, praticamente todos os estabelecimentos que vivenciam um grande fluxo de pessoas contam, no mínimo, com câmeras de monitoramento. E até consultórios médicos apelam para portas com dispositivos de segurança. Por que justamente as escolas, onde há um grande contingente de crianças e jovens, podem prescindir desses dispositivos de proteção?”, indaga Rozendo de Oliveira.

 

No entender do vereador, tragédias como a da escola de Realengo, no Rio de Janeiro, poderiam ser evitadas com um detector de metais. “Tem crescido no mundo as ações de pessoas movidas por fanatismos sanguinários e temos de nos precaver. Por mais pacífico que seja o brasileiro, não somos uma ilha e estamos sujeitos a esse tipo de ação”, argumenta o vereador, cujo projeto de lei também prevê a colocação de grades protetoras nas portas das escolas.

 

Alunos armados — Para Rozendo de Oliveira, a instalação dos detectores de metais nas escolas é fundamental não apenas para tentar coibir episódios como o da escola carioca, mas também para combater a violência interna e cotidiana da própria escola. “Várias pesquisas que vêm sendo patrocinadas pela Unesco, há mais de dez anos, mostram que cresce, cada vez mais, o número de alunos que freqüentam a escola armados, intimidando colegas e professores. Em todo o país, há casos de esfaqueamentos e até homicídios dentro das escolas”, salienta.

 

O vereador cita pesquisa sobre a violência e o cotidiano das escolas do ensino fundamental e médio realizada pela Unesco em parceria com o Ministério da Educação. De acordo com a pesquisa (publicada em 2005), 34,8% dos alunos (o equivalente a 585 mil estudantes) e 29,1% do corpo técnico-pedagógico já viram algum tipo de arma na escola. Entre as armas mais vistas no ambiente escolar estão: canivete (21,7%), faca (13%), revólver (12,1%), punhal (4,1) e outras armas (5,5%).

 

“Como se vê, esses dados são preocupantes. A presença de armas nas escolas instaura um clima de medo e inviabiliza o aprendizado. Em muitos casos, essas armas são usadas em agressões graves, até homicídios”, enfatiza Rozendo de Oliveira. O parlamentar é taxativo: “A escola não pode se transformar numa praça de guerra. É preciso medidas preventivas para reverter esse quadro, como as que estou propondo através deste projeto de lei”.