13/03/2012 17h28
 

Os secretários municipais de Administração (Mario Pustiglione), Segurança Comunitária (Roberto Montgomery Soares) e Cultura (Anderson Santos) estiveram na Câmara Municipal de Sorocaba após as sessões ordinária e extraordinárias realizadas nesta terça-feira, 13, para prestar esclarecimentos quanto ao caso de depredação e furto de prédio público na área do antigo Matadouro, administrado pela Secretaria de Cultura.

 

Os secretários foram convidados pela bancada do PT na Casa, convite que foi intermediado pelo presidente José Francisco Martinez (PSDB). No início dos trabalhos com a presença dos secretários, o vereador Izídio de Brito (PT) afirmou que o caso de furto e depredação no Matadouro, quando foram roubadas peças importantes da história do tropeirismo, não se trata de um fato isolado, apenas de maior repercussão. “O episódio marca de maneira ruim o município, que deveria zelar pelo patrimônio histórico da cidade”, disse.

 

O primeiro a prestar esclarecimentos foi o secretário Roberto Montgomery Soares, da Secretaria de Segurança Comunitária, que explicou como funciona a segurança dos prédios públicos municipais. Segundo ele, cerca de 300 prédios já contam com um sistema de alarme, 15 prédios têm vigias fixos e 24 prédios contam com guardas civis. “Além disso, todos os prédios contam com o patrulhamento 24 horas da Guarda Civil Municipal, que prioriza os prédios que não têm alarme”, explicou Montgomery.

 

Participação da comunidade – Segundo o secretário, além dos prédios, a Guarda Civil protege todos os espaços públicos, como parques, praças, áreas verdes, além dos serviços municipais, como o Centro de Zoonoses e as unidades básicas de saúde. E tem,  ainda, de oferecer segurança a eventos esportivos, jogos escolares, ao Pedala Sorocaba, Via Via etc. Montgomery enfatizou a importância da participação da população: “É importante que as pessoas denunciem alguma movimentação estranha nos prédios municipais”, disse.

 

O secretário de Segurança Comunitária disse que o local onde estava guardado o acervo relativo ao tropeirismo parecia seguro. “O material estava guardado, fechado, e não tinha valor comercial”, disse, acrescentando que a secretaria está trabalhando em parceria com a Polícia Civil para recuperar o material furtado. “Encontramos um antigo fuzil que foi entregue à Polícia Civil, que está nos ajudando muito a tentar encontrar o material roubado”, disse, acrescentando que a meta da Prefeitura é implantar alarme e videomonitoramento em todos os prédios públicos, além do aumento do efetivo da guarda, mediante o último concurso realizado.

 

Tropeirismo e história – O secretário de Cultura, Anderson Santos, disse que a razão de se levar o acervo sobre o tropeirismo, que estava na Casa 52,  para o antigo Matadouro teve boas intenções. “Liberamos a Casa 52 para a Academia Sorocabana de Letras, uma entidade imprescindível para o município, e tínhamos o objetivo de ativar o Matadouro”, explica o secretário. Segundo Anderson Santos, foi feita uma pequena reforma no antigo Matadouro, que deveria ser transformado num centro de pesquisa, mostrando, entre outras coisas, como fazer pesquisa arqueológica. “Infelizmente, fomos surpreendidos com o furto do material. Estamos transtornados com essa situação. Mas a nossa foi a melhor das intenções”, afirmou o secretário.

 

Os vereadores fizeram vários questionamentos aos secretários. O vereador Luis Santos (PMN) se disse preocupado com a segurança das unidades do Sabe-Tudo. Rozendo de Oliveira (PV) observou que, devido ao grande número de prédios público, é quase impossível fazer uma guarda pessoal e defendeu que sejam colocados vigias nos prédios para liberar os guardas para o trabalho que já estão fazendo na cidade. Geraldo Reis (PV) também enfatizou a importância do trabalho desenvolvido pela Guarda Civil Municipal e Emílio Ruby (PSC) cobrou mais segurança nas escolas.

 

A vereadora Neusa Maldonado (PSDB) enfatizou que o problema da segurança pública, inclusive nos prédios municipais e logradouros públicos, têm sido agravado pela proliferação das drogas, que levam ao aumento da criminalidade. Já o vereador Antonio Carlos Silvano (PMDB) observou que o contingente da Guarda Civil é muito pequeno para as atuais demandas da população. “Quando aprovamos a criação da guarda, sua função era cuidar dos prédios públicos. Hoje ela ganhou um poder de polícia e ajuda a PM. Mas os nossos próprios ficam esquecidos”, observou. Para Silvano, mesmo a colocação de um vigia em cada prédio não é suficiente, pois, sozinho, ele não terá como enfrentar invasores.

 

O vereador Izídio de Brito (PT) fez vários questionamentos aos secretários e lembrou que o assunto será aprofundado em audiência pública. Já o vereador Helio Godoy (PSD) sustentou que, além da política de segurança pública, é preciso implantar uma política pública de cultura. O vereador já marcou audiência pública para o dia 16 de abril, que vai tratar da proteção ao patrimônio histórico e cultural do município.

 

O vereador Marinho Marte (PPS) observou que “todos os sorocabanos estão transtornados” com a perda do acervo. “A coisa mais sagrada que temos é a nossa história e o tropeirismo faz parte dela”, afirmou, defendendo a implantação de museus e a construção de um centro de eventos culturais no município. “Sorocaba está crescendo, mas não pode perder sua identidade. E chamo também a responsabilidade para a Câmara, pois essa é uma responsabilidade de todos nós”, enfatizou Marinho Marte, corroborado pelo presidente da Casa, vereador José Francisco Martinez (PSDB).