25/02/2013 13h40
 

Audiência pública realizada na Câmara foi presidida pelo presidente da Comissão de Saúde, vereador Izídio de Brito (PT)

A Câmara Municipal de Sorocaba realizou audiência pública na manhã desta segunda-feira, 25, para prestação de contas da Secretaria Municipal de Saúde referente ao terceiro quadrimestre de 2012. A audiência foi presidida pelo vereador Izídio de Brito (PT), presidente da Comissão de Educação, Saúde Pública e Juventude, com apresentação do novo secretário de Saúde, Armando Raggio e participação do ex-secretário de Saúde, Vagner Guerreiro, responsável pela pasta no final do ano passado.

O presidente da Câmara, José Francisco Martinez (PSDB), também esteve presente, além dos vereadores Carlos Leite (PT) e Fernando Dini (PMDB) - membros da Comissão de Saúde - Marinho Marte (PPS), Paulo Mendes (PSDB), Jessé Loures (PV), Luis Santos (PMN), Saulo do Afro Arts (PRP), Rodrigo Manga (PP), Waldecir Morelly (PRP) e Waldomiro de Freitas (PSD); além do secretário de Governo, João Leandro da Costa Filho, e de técnicos da Saúde.

 

Balanço do 3º quadrimestre: O total das receitas oriundas do Estado e do Ministério da Saúde no período foi de R$ 36 milhões. Os recursos próprios da prefeitura somaram R$ 92,2 milhões, que representam 71,9% do total. O total das despesas ficou em R$ 128,3 milhões.

 

O secretário demonstrou a indignação do Governo com o repasse de verbas. “A destinação dos governos a Sorocaba está aquém do que deveria acontecer. O município é referência aos paulistas do sudoeste. O prefeito Pannunzio com certeza irá buscar a realocação de recursos na área estadual e federal”, disse.

 

Segundo dados apresentados, foram realizados 55.760 atendimentos de pediatria, 183.158 mil consultas de clínica médica, 47.684 mil atendimentos de ginecologia e obstetrícia, 136.253 atendimentos de odontologia, além de 329.654 exames laboratoriais, 55.450 exames de raios X, 734 exames de ultrassonografia e 168.607 consultas de enfermagem. O Programa de Saúde da Família realizou 52.199 atendimentos e os PAs (Pronto-Atendimentos) atenderam 195.824 pacientes.

 

Com relação ao combate à dengue, foram 47.557 visitas a residências com 230 Kg de pneus coletados e 2.029 solicitações atendidas. “A dengue preocupa o Município, mas está sob controle da equipe de saúde”, disse o secretário.

 

Manifestações dos parlamentares: Martinez saudou o novo secretário e ressaltou a importância e complexidade da secretaria. O presidente listou algumas dos principais obstáculos a serem enfrentadas por Raggio como a dificuldade financeira, o repasse do SUS e o mau gerenciamento de algumas situações como a Santa Casa.

 

“Esperamos que com sua experiência possa, se não sanar, ao menos minimizar os problemas para que a população receba a devida consideração. Com tudo que pagamos de impostos aos governos Municipal, Estadual e Federal, o retorno não tem sido satisfatório, como em todo o país. É uma situação difícil, mas acredito no novo Governo”, disse Martinez.

 

O presidente também fez um apelo ao secretário com relação a solicitações urgentes encaminhadas pelos parlamentares. “Ninguém faz política com doenças graves e mortes”, pontuou.  A insatisfação com o atendimento, a falta de retorno à população e também aos pedidos que chegam aos vereadores foi igualmente levantada pelos vereadores Jessé Loures e Luis Santos.

 

Armando Raggio afirmou que está criando coordenações regionais para dar solução aos problemas nas Unidades Básicas de Saúde e que está à disposição para situações dramáticas de urgência.

 

Sobre a política do Governo, o secretário falou que as medidas previstas visam aperfeiçoar o sistema, descentralizando as especialidades e mobilizando os técnicos da secretaria, para reduzir o movimento dos pacientes nos hospitais, dando maior fluidez ao atendimento com apoio das equipes locais de cada região do Município.

 

Questionado pelo vereador Izídio de Brito, o secretário de Governo, João Leandro, esclareceu que o fato das solicitações à Saúde feita pelos vereadores passarem por sua pasta não é para burocratizar o atendimento, mas dar ciência a demanda.

 

Carlos Leite questionou a demanda do programa Saúde da Família e o secretário afirmou que é preciso reforçar o programa de acamados, que tem mais suporte. Sobre a lista de espera para atendimento de oftalmologista, lembrada por Leite, Raggio disse que pretende reforçar a cooperação com o BOS para diminuir a lista de espera de 10 mil pacientes de Sorocaba.  

 

Com relação à remuneração dos médicos, levantada pelo vereador Saulo do Afro Arts, o secretario afirmou que apesar da dificuldade nos salários, os profissionais querem manter seu vinculo empregatício e que o prefeito Pannunzio se comprometeu com a revisão de carreira da categoria. Ainda sobre o atendimento dos médicos em plantão e de retaguarda, falou que será iniciado um processo de auditoria da presença do profissional.

Fernando Dini cobrou a construção da Unidade Pré Hospitalar da Zona Leste e a melhora do centro de saúde da Vila Haro para desafogar a Santa Casa, e uma política voltada para as pessoas com deficiência que, segundo o secretário, são atendidas por um programa já existente, mas que precisa ser ampliado.

 

Dengue: Questionado por Morelly se o efetivo médico foi aumentado para atender a urgência da dengue, o secretário falou da ampliação do horário de atendimento com remuneração de horas-extras que poderá ser estendido a todas as unidades se for necessário.

 

Ainda sobre a dengue, o vereador Marinho Marte (PPS) repassou uma informação recebida de que hospitais estão “maquiando as mortes para não causar pânico”.

 

Raggio foi contundente a afirmar que nenhum funcionário está autorizado a calotear informações dessa gravidade, sob pena de processo, “pois omitir informação sob doença de divulgação compulsória é crime”, disse.  O secretário afirmou que o caso será analisado. “A melhor maneira de lidar com uma epidemia é enfrentá-la”, completou.