17/04/2013 17h23
 

Vereadores de duas comissões conheceram as obras do novo hospital e coletaram dados sobre o sistema público de saúde do município.

 

Dando prosseguimento ao estudo das experiências de implantação de hospitais públicos municipais em outras cidades brasileiras, os membros de duas comissões da Câmara Municipal de Sorocaba – a Comissão Permanente de Educação, Saúde Pública e Juventude e a Comissão Especial em Prol do Hospital Municipal – estiveram em São Bernardo do Campo para conhecer o novo Hospital Municipal da cidade, administrada pelo prefeito Luiz Marinho (PT).

 

Além do vereador Izídio de Brito (PT), que é presidente de ambas as comissões, a Comissão Especial em Prol do Hospital Municipal é composta pelos vereadores Anselmo Neto (PP), Jessé Loures (PV), Luis Santos (PMN) e Irineu Toledo (PRB), enquanto a Comissão Permanente de Educação, Saúde e Juventude é composta pelos vereadores Pastor Apolo (PSB) e Fernando Dini (PMDB). O vereador Saulo do Afro Arts (PRP) também integrou a comitiva e o vereador Dini foi representado por sua assessoria.

 

Os vereadores foram recebidos pela assessora da Superintendência do Complexo Hospitalar de São Bernardo do Campo, Marília Tristan Vicente, em nome do secretário de Saúde do município, Artur Chioro, doutor em medicina pela Unifesp. Marília Tristan é fisioterapeuta, especializada em Administração em Saúde pela Faculdade de Medicina da USP e em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas.

 

Estrutura do hospital – O novo hospital – em três blocos, onze pavimentos e 18 mil metros quadrados de área construída – terá 293 leitos, dos quais 197 são para internação, 96 complementares e 60 para UTI (20 pediátricos e 40 adultos). Sua construção foi iniciada em setembro de 2010, é custeada com recursos do governo federal (70%) e do governo municipal de São Bernardo do Campo (30%) e seu custo total deve ficar em R$ 180 milhões (a previsão inicial era R$ 120 milhões). O hospital já estará funcionando com grande parte de sua capacidade em outubro deste ano, mas sua conclusão está prevista para 2015.

 

O hospital irá oferecer internações clínicas de cardiologia, nefrologia, doenças infectocontagiosas, pneumologia, reumatologia, neurologia, gastroenterologia, dermatologia, pediatria e psiquiatria, entre outras. Também oferecerá internações cirúrgicas nas áreas de neurocirurgia, traumato-ortopedia, cirurgia vascular, cirurgia cardíaca, cirurgia de cabeça e pescoço, otorrinolaringologia, urologia, pediatria, oftalmologia, aparelho digestivo e transplante de órgãos. Também contará com diagnóstico por imagem e medicina nuclear.

 

Os vereadores conheceram as obras do hospital de São Bernardo do Campo, especialmente os centros cirúrgicos e salas de internação, que já estão em fase de acabamento, e fizeram várias indagações sobre o funcionamento do hospital, que será um hospital de atendimento secundário e terciário, dedicado ao atendimento de alta complexidade.

 

Após se inteirar do modelo de gestão do hospital, o vereador Izídio de Brito (PT) destacou que se trata de um hospital não apenas público, mas especificamente municipal – modelo que também defende para Sorocaba e que foi objeto de um projeto de lei de iniciativa popular no município. O hospital não terá verbas do governo estadual, mas apenas do governo federal, além das verbas próprias do município.

 

Atendimento humanizado – Outra característica do hospital que chamou a atenção dos vereadores Jessé Loures e Luis Santos, como fizeram questão de ressaltar, é a preocupação ambiental. O projeto do prédio aproveita a iluminação e ventilação naturais, além de dispor de um sistema de energia solar, economizando energia elétrica com iluminação e ar condicionado. Também haverá o aproveitamento de energia gerada pela frenagem do elevador.

 

Outra meta do hospital é oferecer um atendimento humanizado ao paciente, aspecto destacado pelos vereadores das comissões, especialmente Pastor Apolo (PSB) e Saulo do Afro Arts (PRP). Todas as enfermarias terão janelas  com acesso à luz natural, o que segundo os especialistas, contribui para o próprio tratamento do doente, que não se vê privado do contato com o ambiente externo. As enfermarias também irão dispor de uma poltrona ao lado de cada leito, possibilitando ao paciente uma alternativa de descanso.

 

Izídio de Brito também ressaltou o caráter sistêmico da saúde municipal em São Bernardo do Campo, que, segundo a técnica Marília Tristan Vicente, passou por um processo de reestruturação, que faz com que todas as unidades de saúde trabalhem de forma coordenada, inclusive com uma central de internação. Quando o novo hospital estiver funcionando totalmente, a estimativa (em valores de hoje) é que seu custo mensal fique em torno de R$ 10 milhões.

 

Rede de hospitais – São Bernardo do Campo, com uma população de 765.463 habitantes (segundo o Censo de 2010), conta com três hospitais municipais (além do que será inaugurado), 35 Unidades Básicas de Saúde, nove Unidades de Pronto-Atendimento, 6 Caps (Centros de Assistência Psicossocial), além de um Programa de Internação Domiciliar, que atende entre 150 e 200 pacientes. Conta ainda com um convênio com a Santa Casa, que, segundo a assessora técnica, tem apresentando alguns problemas.

 

Os três hospitais são: Hospital Municipal Universitário, inaugurado em 1999 e que funciona em parceria com a Faculdade de Medicina do ABC; Hospital de Ensino Anchieta, inaugurado na década de 50 e ampliado em 2008, que será integralmente dedicado à oncologia, após a inauguração do novo hospital municipal; e o Hospital de Urgências, que substituiu o antigo Pronto-Socorro, com 228 leitos.

 

A gestão do Hospital Municipal de São Bernardo do Campo está a cargo da Fundação do ABC, uma entidade privada sem fins lucrativos, criada em 1967 pelos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul. A Fundação do ABC é mantenedora de diversos hospitais municipais das três cidades e também da Faculdade de Medicina do ABC.

 

Ao término da visita, o vereador Izídio de Brito (PT) salientou que o principal objetivo da comissão é estudar os vários modelos de implantação de hospitais públicos municipais, como o de Uberlândia e São Bernardo do Campo, que já foram objeto de visita da comissão, e salientou a importância de se reestruturar o sistema público de saúde em Sorocaba.