Vereadores aprovam reforma administrativa e alterações no Estatuto do Magistério para beneficiar categorias de professores, entre outras projetos aprovados
O substitutivo do Executivo ao Projeto de Lei 276/2013, que altera a estrutura administrativa da Prefeitura de Sorocaba, foi aprovado com emendas em sessões extraordinárias da Câmara Municipal realizadas nesta segunda-feira, 23. O projeto, aprovado por 17 votos favoráveis e três contrários, entre outras mudanças, reduz o número de secretarias de 21 para 15 e amplia os cargos em comissão exclusivos para os que ingressaram através de concurso público. O secretariado acompanhou a discussão e votação do substitutivo incluindo a vice-prefeita Edith di Giorgi e o secretario de Governo, João Leandro da Costa Filho. Também esteve presente o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Sergio Ponciano.
O vereador José Crespo (DEM) apresentou onze emendas ao projeto. Também apresentaram emendas os vereadores Waldomiro de Freitas (PSD) e Fernando Dini (PMDB), quatro emendas cada um; Irineu Toledo, três emendas; e Marinho Marte (PPS), duas emendas, totalizando 24 emendas. Duas emendas de Crespo, relativas à função de corregedor geral do município, foram arquivadas. Ambas, segundo o autor, tinham como objetivo garantir a independência do corregedor, fixando-lhe um mandato de três anos que o protegesse de demissão e exigindo que não tivesse filiação partidária. Já o vereador Fernando Dini (PMDB) apresentou emenda estabelecendo que o corregedor tivesse idade mínima de 35 anos e que fosse sabatinado pela Câmara Municipal, mas acabou concordando com o parecer de inconstitucionalidade e a retirou. Dini também retirou sua emenda que propunha a criação da Seção de Coleta Seletiva, diante do compromisso do Executivo de mandar um projeto de lei nesse sentido.
José Crespo também apresentou emendas criando a Fundação Municipal para o Desenvolvimento do Esporte e, na área do meio ambiente, a Fundação Municipal Parque Quinzinho de Barros, ambas consideradas inconstitucionais. O vereador defendeu da tribuna a derrubada do parecer de inconstitucionalidade das duas emendas, alegando que um vereador pode apresentar emendas criando despesa em projeto de autoria o Executivo. Fernando Dini (PMDB) elogiou a proposta de Crespo de criação da Fundação de Desenvolvimento do Esporte, mas disse que o Executivo já está estudando esse assunto. Crespo acabou retirando as duas emendas, já que o secretário João Leandro garantiu que as duas fundações serão criadas.
Outra emenda apresentada por Crespo procurou estabelecer que a remuneração bruta do servidor não pode ser superior à do prefeito municipal. Segundo Crespo, essa emenda tinha como objetivo evitar que um servidor de carreira, mesmo tendo um salário-base menor que o do prefeito, acabe recebendo mais do que o chefe do Executivo devido a gratificações que vão sendo incorporadas ao salário, em função, segundo Crespo, de interesses corporativos. Para Crespo, sua emenda obedece o que prevê a Constituição. O parecer de inconstitucionalidade da Comissão de Justiça não foi derrubado e a emenda de Crespo relativa ao teto dos servidores foi rejeitada. Já o vereador Irineu Toledo (PRB) apresentou emendas propondo o aumento da carga horária dos engenheiros e do gestor de medicina do trabalho para 40 horas semanais, mas elas foram rejeitadas.
Educação e magistério – A educação é tema de quatro dos projetos aprovados em definitivo nas sessões extraordinárias desta segunda. Um deles é o Projeto de Lei 318/2013, de autoria do
Ainda tratando do magistério, foi aprovado o Projeto de Lei 346/2013 do Executivo, também alterando o Plano de Carreira do Magistério e revogando o § 2º, do art. 50, que acaba com a exigência de que o integrante do quadro do magistério permaneça na unidade por um mínimo de três anos após a remoção oriunda de concurso público, ou seja, durante o estágio probatório do funcionário.
Também do
Por fim, o último projeto na área de educação aprovado em definitivo autoriza o município a celebrar convênio com o Governo do Estado, através da Secretaria de Educação, visando o recebimento de emenda parlamentar do Orçamento Estadual no valor de R$ 1,4 milhão, de autoria do deputado estadual Carlos Cezar (PSB), destinada à compra de lousas digitais para as escolas da rede municipal de ensino. Atualmente, há 550 lousas digitais em 150 escolas.
Funserv – O Projeto de Lei 275/2013, do Executivo que cria e amplia cargos, altera e acrescenta dispositivos à Lei 4.491, de 4 de março de 1994, que reorganiza a Estrutura Administrativa da Funserv (Fundação da Seguridade Social dos Serviços Públicos Municipais) foi aprovado com emendas dos vereadores
A emenda de
Água e esgoto – Também foi aprovado o Projeto de Lei 274/2013, do Executivo, que visa racionalizar o uso de águas nos próprios municipais, ao revogar o art. 9º da Lei nº 5025/1995 que isentava as repartições públicas do pagamento da tarifa de água. Com a mudança, apenas as repartições ligadas ao Saae irão gozar da isenção. Esse projeto foi aprovado com três emendas da Comissão de Justiça.
Outros dois projetos aprovados são de autoria do Executivo e autorizam a celebração de convênios. O Projeto de Lei 277/2013 prevê convênio com a Associação Protetora dos Insanos de Sorocaba, para prestação de serviços de assistência á Saúde na realização dê serviços médico-hospitalares e ambulatoriais na área de saúde mental aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). E o Projeto de Lei 328/2013 autoriza convênio com a Associação dos Mercadores de Sorocaba, do Mercado Municipal, visando à conservação, manutenção e administração do mesmo.
O Projeto de Lei 283/1999, do
Manifestações – O
O vereador Izídio de Brito, falando em nome da bancada do PT, afirmou que a proposta de reforma administrativa nasceu no processo eleitoral sendo amplamente divulgada na imprensa de que seria uma reforma austera com finalidade de corte de gastos. Izídio citou o Art. 4º da reforma que prevê mudanças na estrutura organizacional básica, em o prefeito acaba com algumas secretarias, mas cria cargos para o remanejamento de ex-secretários.
A bancada do PT também discorda do fim da Secretaria de Juventude. Izídio de Brito lembrou que a junção das secretarias de Educação e Cultura foi revista pelo prefeito após críticas que surgiram. O parlamentar destacou ainda que falta uma estratégia para enxugar os gastos com o funcionalismo que no último quadrimestre, segundo ele, cresceu 24%. Por fim, o vereador lamentou que a prefeitura não tenha realizado uma audiência pública e discutido a reforma com o sindicato dos servidores. “A bancada se posicionou contrária ao projeto. Houve uma readequação política acordada para acomodar pessoas da administração passada, inclusive no Parque Tecnológico”, disse Izídio de Brito.