Os secretários Armando Raggio (Saúde) e Edith Di Giorgi (Desenvolvimento Social), acompanhados de técnicos da área, responderam questionamentos dos vereadores
A vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Social, Edith Di Giorgi, e o secretário de Saúde, Armando Raggio, acompanhados de técnicos da área de saúde, foram ouvidos na Câmara Municipal de Sorocaba, logo após a sessão ordinária de terça-feira, 15, sobre a questão da dependência química no município. A iniciativa do convite aos secretários, feito pelo presidente da Casa,
Entre outros questionamentos, Rodrigo Manga indagou sobre o fato de não haver vagas para internação de mulheres no Grasa (Grupo Santo Antônio de Apoio para Drogas e Álcool) e também sobre a implantação de mais Caps (Centros de Apoio Psicossocial) no município. A secretária Edith Di Giorgi disse que a entidade Lua Nova faz internação de mulheres, quando necessário, mas reconheceu que esse é um problema grave em todo o país, pois a internação de mulheres é mais complexa, uma vez que, em muitos casos, envolve também suas crianças. A secretária anunciou ainda que a Prefeitura pretende instalar nove Caps na cidade.
Manga também quis saber se a Prefeitura tem conhecimento das “minicracolândias” denunciadas por reportagens da TV Tem e do jornal Cruzeiro do Sul e que providências estão sendo tomadas em relação a elas. Edith Di Giorgi negou que existem “minicracolândias” na cidade, mas admitiu que há locais mais propícios ao uso de drogas na cidade e que é grave a existência deles. Por sua vez, a coordenadora de Saúde Mental de Sorocaba, Luciana Togni Surjus, enfatizou que a política do município no setor segue a política nacional e tem como meta abrir as portas do SUS (Sistema Único de Saúde) para as pessoas que usam drogas.
Internação de dependentes – Rodrigo Manga questionou, ainda, o fato de não haver triagem diária para dependentes químicos, visando a internação. Edith Di Giorgi disse que a internação do dependente químico não pode ser prioridade, mas a última opção. Por sua vez, Luciana Togni Surjus disse que o objetivo é trabalhar com o conceito de “acolhimento” e não de triagem. E enfatizou que a internação não pode ser a única nem a primeira opção de tratamento.
Baseando-se
Fernando Dini (PMDB) disse que o problema das drogas é cada vez mais grave e que dependente químico é também um doente de alma, sendo necessário cuidar de sua espiritualidade. O vereador Pastor Apolo (PSB) também fez observação semelhante e disse que gostaria de concordar com a secretária no sentido de que não existe cracolândia em Sorocaba, mas enfatizou que, “com dor no coração”, se vê obrigado a admitir que as “cracolândias” existem sim no município. Observou que a reincidência é muito grande e que quem está cuidando dos drogados com mais eficiência são as igrejas. “Se não enfrentarmos esse problema, vamos viver momentos difíceis, catastróficos”, alertou.
Papel do Estado – O
Por sua vez, o
Moradores de rua – Jessé Loures (PV) observou que o problema dos moradores de rua também está interligado com a questão das drogas, pois muitos moradores de rua são dependentes químicos, e também com a segurança pública. O vereador disse que é preciso mais vontade política para se resolver o problema. Respondendo às indagações do vereador, Edith Di Giorgi disse que a abordagem social do morador de rua foi separada da abordagem repressiva. “A abordagem social é para criar vínculos”, explicou. Segundo ela, muitas pessoas saíram das ruas, mantendo a população de rua em torno de 300 pessoas.
Já o
No final das oitivas, o vereador Rodrigo Manga disse que não ficou satisfeito ao saber que não é meta do Executivo instalar o Cratod em Sorocaba. Manga insistiu que não existe solução para o crack se não for feita uma intervenção. “Respeito o direito de ir e vir das pessoas, mas, mais importante do que esse direito de ir e vir, é o direito à vida. E as pessoas que estão nas cracolândias têm direito à vida”, enfatizou, defendendo a internação em casos graves.