Também foram ouvidas pela CPI, presidida por Izídio de Brito (PT), quatro ex-coordenadoras de unidades básicas de saúde do município
Depois de uma breve apresentação das depoentes, o vereador José Crespo (DEM) fez questão de salientar que, em todas as visitas às unidades de saúde, não foram detectados problemas envolvendo o pessoal de enfermagem e quis saber quais os limites de atuação do enfermeiro quando o médico não está presente. A representante do Conselho Regional de Enfermagem, Rosângela de Melo, discorreu sobre o assunto, afirmando que sua entidade vem lutando pela valorização do pessoal de enfermagem.
Segundo a representante do Coren, a enfermeira pode medicar o paciente (ministrar o remédio), mas não podemos dispensar o medicamento (entregar remédio), por exemplo. Esse, segundo ela, é um dos muitos obstáculos enfrentados pelos enfermeiros. Outro problema, enfatizou, é o fato de o enfermeiro não ser chamado a participar do processo de construção dos hospitais e unidades de saúde quando ainda estão na planta, o que acarreta problemas posteriores no fluxo de atendimento, devido às instalações inadequadas.
Rosângela de Melo adiantou que o Conselho Regional de Enfermagem está “fazendo uma varredura” em todas as unidades de saúde de Sorocaba, com o objetivo de levantar os problemas enfrentados pela enfermagem e que afetam o atendimento. A representante do Coren defendeu a ampliação do Programa Saúde da Família e também a atuação do enfermeiro em consultas básicas de saúde, como as consultas iniciais de pré-natal, para as quais esse profissional está preparado. Essa medida, segundo ela, poderia suprir a falta de médicos.
Consulta agendada – Respondendo a uma indagação do
Levando em conta que todas as depoentes eram ex-coordenadoras de unidades de saúde, com grande experiência em gestão de saúde, o vereador
Respondendo questionamentos do presidente da CPI, Izídio de Brito, as enfermeiras afirmaram que, no período em que coordenaram unidades básicas de saúde, contaram com o respaldo da administração, inclusive para registrar as faltas dos médicos. A despeito disso, nas unidades básicas de saúde, segundo explicou uma das coordenadoras, quando ocorria a falta de um médico não era possível fazer a reposição, tendo que remarcar as consultas.
Ainda respondendo a uma indagação de Izídio de Brito sobre a necessidade de fiscalização no setor de saúde, a representante do Coren, Rosângela de Melo, disse que é preciso que os municípios se apropriem da Tabela SUS, capacitando profissionais para preencherem corretamente as autorizações de internação bem como procederem à sua fiscalização, para evitar fraudes. Segundo ela, os municípios não dispõem de pessoal capacitado para fazer o faturamento dos atendimentos e, em muitos casos, subfaturam esse atendimento. E deu como exemplo o parto normal, que pode ter valores agregados dependendo do tipo de atendimento que é prestado à parturiente e ao recém-nascido.
Além de Izídio, presidente dos trabalhos, são membros da CPI da Saúde o relator Waldomiro de Freitas (PSD) e os vereadores José Crespo (DEM), Marinho Marte (PPS), Rodrigo Manga (PP), Neusa Maldonado (PSDB) Fernando Dini (PMDB), Claudio do Sorocaba I (PR), Irineu Toledo (PRB), Jessé Loures (PV), Waldecir Morelly (PRP), Pastor Apolo (PSB) e Luis Santos (PROS).